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Tendências das Relações Comerciais Brasil–China em 2025 e além

Atualizado: 23 de set.


Com mais de cinco décadas de parceria bilateral, a China consolidou-se como o principal parceiro comercial do Brasil, movimentando em 2024 um volume recorde de US$158 bilhões em trocas comerciais. De um lado, o Brasil abastece o gigante asiático com commodities como soja, petróleo e minério de ferro; de outro, importa produtos industrializados de alto valor agregado, como equipamentos de telecomunicação, automóveis e fertilizantes. Essa interdependência desigual revela tanto os desafios quanto às oportunidades que marcam o futuro da relação entre os dois países, agora fortalecida por mega projetos estratégicos e pela perspectiva da Nova Rota da Seda. Quer saber qual o futuro das relações entre Brasil e China? Saiba mais neste blog!


Fonte: O Globo
Fonte: O Globo

Após mais de 50 anos de relações bilaterais comerciais, a China, atualmente, é o principal parceiro comercial do Brasil, sendo, ao mesmo tempo, o principal destino para as exportações brasileiras e a principal fornecedora de produtos importados. Em especial, nos últimos 20 anos, tem-se visto um crescimento elevado da presença chinesa no mercado brasileiro. De acordo com dados disponibilizados pela plataforma governamental “Comex Stat”, as trocas comerciais entre os dois países saltaram de US$9,1 Bilhões em 2004 para US$158 bilhões, resultado obtido em 2024.


Tal ascensão não é mera coincidência e reforça a parceria estratégica entre os países, visto que, desde 2009 a China é o principal comprador das mercadorias brasileiras, superando, pelo caminho, os EUA. Somente em 2023, os embarques brasileiros para a China superaram em três vezes o que foi enviado para os Estados Unidos, enquanto que, em 2024, a China respondeu por 28% do total exportado e por 24,2% das importações brasileiras.


Vale ressaltar a relação desigual entre as importações de produtos chineses de alto valor agregado e os envios de commodities brasileiras. Quando comparados, os produtos chineses se diferenciam pela complexa cadeia de produção, ao passo que o Brasil se concentra em exportações de produtos primários, estabelecendo uma relação comercial assimétrica entre os países. Essa disparidade pode ser observada ao notar que o volume brasileiro exportado (254 milhões de toneladas) supera em muito o volume importado (16,7 milhões de toneladas), segundo dados do Comex Stat.


Neste blog, serão apresentados os principais produtos exportados e importados em meio às transações entre Brasil e China, além das perspectivas para os próximos anos para o comércio entre os países. Quer saber como sua empresa pode aproveitar essas oportunidades? Entre em contato com um dos nossos analistas



Mas afinal, o que o Brasil exporta e importa da China?


Em primeiro lugar, é importante destacar que as relações de exportação dos produtos brasileiros para a China são baseadas principalmente em commodities e produtos com baixo valor agregado. Nesse cenário, segundo a plataforma Comex Stat do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), destacam-se produtos como a soja, que representa a maior parcela das exportações em 2024 (33,4%, ou seja, US$31,5 bilhões), bem como óleos brutos de petróleo (21,2%, simbolizando US$20 bilhões) e minério de ferro e seus concentrados (21,1%, respectivamente, US$19,9 bilhões). Outros produtos importantes foram: carne bovina e de aves, açúcar, celulose e algodão bruto. Como resultado, as exportações brasileiras para a China totalizaram US$94,4 bilhões em 2024, aproximadamente 28% de todo o valor arrecadado com a exportação de mercadorias brasileiras no ano passado.


 Principais produtos brasileiros exportados para a China em 2024.
Fonte: Comex Vis.

Mudando o foco para as importações brasileiras da China, o Brasil importa majoritariamente produtos manufaturados, provenientes da indústria de transformação. Como um todo, as importações provenientes do país asiático, em 2024, representaram quase um quarto de tudo que o Brasil importou no ano, totalizando um valor de US$63,6 bilhões (um crescimento de 19,7% em comparação com 2023). Nesse contexto, os produtos mais cobiçados pelos brasileiros foram: válvulas e tubos termiônicos (que totalizaram US$4,5 bilhões); equipamentos de telecomunicação; veículos automóveis de passageiros; compostos organo-inorgânicos, compostos heterocíclicos, ácidos nucléicos e seus sais (matérias-primas da indústria química); máquinas e aparelhos eletrônicos; inseticidas; adubos e fertilizantes. 


 Principais produtos chineses importados para o Brasil em 2024
Fonte:  Comex Vis

É importante pontuar que a balança comercial entre o Brasil e a China é favorável para o mercado nacional, ou seja, o Brasil exporta um valor maior do que ele importa, ao mesmo tempo que a China é o país para o qual o Brasil mais exporta. A exemplo disso, segundo dados do Comex Stat de 2024, o Brasil apresentou um superávit de  US$30,7  bilhões no que tange às trocas comerciais entre os dois países.  Em síntese, a maior entrada de capital estrangeiro no Brasil indica uma economia nacional fortalecida e mais competitiva no mercado internacional.


Por fim, fica claro a grandiosidade da relação comercial entre Brasil e China, a qual ainda tem muito a crescer e gera muitas oportunidades para empresários brasileiros. Ficou intrigado para saber quais são as melhores oportunidades para o seu negócio? Quer entender mais sobre esse  mercado? Acesse este blog sobre as novas oportunidades do mercado chinês!



Perspectivas para os próximos anos: a nova rota da seda


As antigas perspectivas de uma China atrasada, retrógrada e antiquada não refletem mais a realidade desse gigante asiático, famoso por alinhar tradição à inovação. Ao longo de todo o século XXI, estudos geopolíticos indicam que a China possui interesse em se consolidar como uma superpotência mundial e, para isso, realiza investimentos pesados na indústria e infraestrutura do país. 


Ao longo da última década, especialistas projetam que a China tomará o posto de maior economia global em 2035, segundo previsão dos pesquisadores do Centro de Pesquisas em Economia e Negócios do Reino Unido. Para seguir crescendo, a China passa por novas reformas de grande escala, com base principalmente num tripé socioeconômico ambicioso: tecnologias inovadoras, sustentabilidade e estilo de vida global. Assim, o governo chinês tem como trunfo a potência da economia aliada à sustentabilidade, bem como o investimento em soft power e diplomacia para expandir a influência do dragão para todo o globo, projeto que leva o nome de “A Nova Rota da Seda”.


Apesar de não estar oficialmente no traçado do novo projeto, o Brasil tem a China como principal parceiro em transações internacionais. Essa grande parceria foi evidenciada em julho de 2025, quando foi formalizada a cooperação bilateral em mais um megaprojeto chinês: a construção de uma ferrovia de 4 500 quilômetros ligando o litoral baiano, no Atlântico, ao porto peruano de Chancay, no Pacífico, uma nova rota que conecta o Atlântico ao Pacífico de modo a facilitar o escoamento de mercadorias do Mercosul para a Ásia. Por isso, é de suma importância que os empreendedores brasileiros identifiquem e explorem as oportunidades existentes, visando o êxito no curto e longo prazo.


Atualmente, o Brasil fornece commodities para a China e adquire bens e serviços de alto valor agregado, contudo as commodities devem ser vistas como um ponto de partida de um horizonte de possibilidades. No âmbito externo, a China tem procurado fortalecer o comércio e o investimento com o Brasil a partir da concessão de apoio financeiro em troca de acesso a recursos naturais e mercados. Embora a relação já seja ampla, novos mercados são abertos todos os anos.


Com as perspectivas de crescimento da China, o comércio será ainda mais requisitado, provavelmente aumentando a demanda de produtos agrícolas e minerais e ampliando a participação do Brasil em seus mercados, especialmente em um cenário de guerra tarifária com os EUA. Assim, considerando as necessidades da China nas áreas de energia, minerais e produtos agropecuários, os investimentos chineses no país ainda poderão crescer muito nos próximos anos, visto que já existem acordos financeiros em troca de recursos naturais e o Brasil se mostra como um mercado alternativo em potencial frente aos atritos com os estadunidenses.


Por fim, outro ponto importante é que, com o aumento do tempo do visto e com a economia chinesa em estabilidade, o turismo tende a crescer também, seja voltado ao lazer ou para fins acadêmicos. Além disso, existe a possibilidade do estabelecimento de parcerias na área tecnológica, que vem aumentando aos poucos no Brasil e podem ajudar muito em sua relação com a China, que busca elevar a eficiência, reduzir custos e preservar o meio ambiente. Portanto, há espaço para colaborações entre chineses e brasileiros  em ciência, tecnologia e inovação.


Como a Domani pode te ajudar?


Frente ao panorama favorável ao comércio entre Brasil e China, novas oportunidades no mercado internacional surgem a cada dia para quem deseja diversificar sua pauta de exportação, bem como acessar novos mercados. Todavia, é necessário compreender as mudanças e se adaptar às novas dinâmicas para navegar pelos desafios de forma segura e lucrar com as oportunidades que aparecem. Muito além de manter-se informado, é importante preparar-se para as futuras mudanças e construir um plano estratégico para adentrar o mercado internacional e expandir seus negócios.


Deseja realizar uma importação ou exportação para a China e não sabe por onde começar? A Domani Consultoria Internacional pode te ajudar! Com nossa equipe de consultores capacitados para lidar com as burocracias e logísticas do comércio exterior, oferecemos serviços que podem te auxiliar em todos os processos da operação comercial. Para conhecer melhor nossos serviços, entre em contato conosco através do botão a seguir!



Atualizado em 22 de setembro de 2025 por Rodrigo Messias.

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Referências:


BRASIL-NAÇÃO. Conselho. Visões de futuro, China e Brasil. In: Conselho Brasil-Nação Blog, 24 nov. 2020. Disponível em: https://conselhobrasilnacao.org/visoes-de-futuro-china-e-brasil/. Acesso em: 03 set. 2025.


CEBC. Perspectivas da parceria estratégica Brasil-China no Agronegócio. In: CEBC, 08 jul. 2021. Disponível em: https://www.cebc.org.br/2021/07/08/perspectivas-da-parceria-estrategica-brasil-china-no-agronegocio/. Acesso em: 03 de  set. de 2025.


CNN BRASIL. Veja o histórico da relação comercial entre Brasil e China, iniciada há 50 anos. In; CNN News Brasil, 11 de nov. de 2024. Disponìvel em: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/veja-o-historico-da-relacao-comercial-entre-brasil-e-china-iniciada-ha-50-anos/. Acesso em: 03 de set. de 2025.


EBURY BANK. Comércio exterior Brasil e China e o ano-novo chinês. In: Ebury Bank Blog, 09 fev. 2024. Disponível em: https://br.ebury.com/blog/comercio-exterior-brasil-e-china-e-o-ano-novo-chines/. Acesso em: 03 de  set. de 2025.


FAZCOMEX. Exportações do Brasil para China | Entenda mais sobre os dados de 2025. In: Fazcomex Blog, 04 jul. 2025. Disponível em: https://www.fazcomex.com.br/blog/principais-produtos-exportados-do-brasil-para-china/. Acesso em: 03 de set. de 2025.


INTERNACIONAL DA AMAZÔNIA. Perspectivas para a relação Brasil-China. In: Internacional da Amazônia Blog, 18 dez. 2020. Disponível em: https://internacionaldaamazonia.com/2020/12/18/perspectivas-para-a-relacao-brasil-china/. Acesso em: 03 set. 2025.


MDIC. Comex Stat. Disponível em: https://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral/133492 . Acesso em: 03 de set. de 2025.


Neves, Ernesto. O futuro é aqui: as armas da China para se tornar a maior economia do planeta. In: Revista Veja, 11 jul. 2025. Disponível em: https://veja.abril.com.br/mundo/o-futuro-e-aqui-as-armas-da-china-para-se-tornar-a-maior-economia-do-planeta/. Acesso em: 03 set. 2025.


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