Crise ou chance? Entenda as tarifas de Trump e como elas afetam o Brasil e o mundo
- Domani Consultoria
- 22 de abr.
- 6 min de leitura
Atualizado: 2 de mai.
O novo “tarifaço” de Trump, com altas taxas sobre produtos de diversos países, gera tensões sobre os rumos do comércio exterior e os impactos no mercado internacional. Para o Brasil, a medida pode significar tanto aumento nos custos de exportação quanto oportunidades de expansão do agronegócio, especialmente em parcerias com a Ásia e a União Europeia. Venha com a Domani Consultoria Internacional e entenda como essa mudança pode impactar seu negócio!
Qualquer um que tenha acompanhado as notícias mundiais nos meses de março e abril certamente ouviu falar sobre a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em aplicar taxações generalizadas para diversos países do mundo, incluindo o Brasil. Esse “tarifaço” de Trump chamou a atenção de muitos economistas e comerciantes envolvidos no cenário internacional por romper com diversos princípios definidos pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e também ameaçar a estabilidade da política comercial global.
Essa notícia abalou de forma repentina a economia de diversos setores espalhados pelo mundo, e, no Brasil, preocupa em primeira mão o ramo do agronegócio, responsável por uma parcela significativa das exportações aos Estados Unidos. A partir disso, o futuro incerto da economia mundial gera diversos questionamentos: por que Trump tomou essa decisão? Quais são os impactos para a economia brasileira? Os exportadores serão prejudicados?
Neste artigo, exploram-se as razões pelas quais o presidente norte-americano adotou tais medidas logo nos primeiros meses de seu segundo mandato. Além disso, será abordada a perspectiva do Brasil diante das novas tarifas, destacando as consequências para o comércio exterior brasileiro. Por fim, serão apresentadas medidas estratégicas de enfrentamento adotadas pela política nacional para ajudar o setor exportador brasileiro a se manter estável frente às taxações americanas.

O que é o ‘tarifaço’ e o que motivou Donald Trump?
Segundo o Relatório de Estimativa Comercial Nacional deste ano, documento de estipulação tarifária publicado anualmente pelos Estados Unidos, Donald Trump, em 2025, não só assume a presidência do país como também adiciona diversas cláusulas no relatório. Desde seu primeiro mandato, em 2016, o presidente posicionou-se de forma cética diante do comércio internacional desregulamentado e de acordos de cooperação comercial: em realidade, observa essas políticas como desfavoráveis ao país.
O chamado “tarifaço” americano, sancionado em 2 de abril deste ano, refere-se a uma readequação tributária dos Estados Unidos para com outros países. Nesse viés, a medida busca taxar as importações vindas de praticamente todo o globo, alcançando 186 países ou regiões.
A justificativa para o ato foi o déficit comercial estadunidense, ou seja, o cenário em que um país importa mais do que exporta. Segundo Trump, ao taxar importações, os Estados Unidos podem se recuperar da retração econômica, promovendo incentivos à produção e consumo de produtos nacionais. Assim, ao passo em que estimula a economia interna e reduz a dependência estrangeira, o presidente alega que o protecionismo americano é essencial para a geração de serviços e reforçar a competitividade industrial do país. No entanto, essa medida foi realizada sem consulta prévia à OMC, tornando o comércio exterior instável e imprevisível.

Há quem se questione se as motivações por trás do “tarifaço” param por aí, mas a realidade é que as intenções de Trump são ainda maiores. Para além de valorizar a mão-de-obra nacional e movimentar a economia estadunidense, a imposição de tarifas simboliza uma reafirmação da força dos Estados Unidos perante ascendentes potências no mundo, como a China. Em outras palavras, essa atitude contribui para reposicionar o país como centro das negociações internacionais, especialmente ao transgredir acordos multilaterais já estabelecidos.
Para tal, o presidente americano, no primeiro ano de seu segundo mandato, aplicou tarifas que variam de 10 a 50%, a depender da tarifa estrangeira a produtos americanos, ou seja, de uma “reciprocidade econômica”. No caso brasileiro, foi aplicada a taxa mínima (10%), visto que o país também aplica essa tributação a mercadorias importadas dos Estados Unidos.
Como as novas tributações impactam o mercado internacional?
Ásia:
Um dos principais focos do presidente Donald Trump com as novas tarifas globais está relacionado à crescente disputa comercial com a China. Nesse caso, no início de abril, o governo estadunidense elevou a tributação de mercadorias importadas da China ao patamar de 54%. A partir disso, ambos os países iniciaram uma “guerra comercial”, em que progressivamente elevaram as taxas um ao outro. Até o momento, o governo da China aplica 84% ao produto americano, e, Trump, 125% ao produto chinês. Os principais setores afetados por essas decisões são o agrícola e as produções de aço e alumínio.
O Japão também foi outro país muito afetado pelas novas medidas do presidente norte americano, com uma taxa de 24% nas suas importações, o que, de acordo com o Instituto de Pesquisa Daiwa, pode reduzir o PIB do país em 0,6%. Diante disso, o setor mais impactado foi o automobilístico, já que os Estados Unidos anunciaram uma tarifa de 25% em todas as importações de automóveis, representando um duro golpe na indústria japonesa, responsável por cerca de 3% do PIB.
Com isso, algumas articulações têm sido feitas para lidar com as tensões comerciais decorrentes dessas medidas, como o encontro entre os ministros da Indústria e Comércio do Japão, China e Coreia do Sul. Assim, o objetivo principal dessa reunião está em um fortalecimento da cooperação regional, como a aceleração de um “acordo trilateral de livre comércio”, além de um incentivo a um ambiente previsível de negócios. Logo, a ideia é contornar os prejuízos das exportações taxadas nos setores automobilístico e agrícola por meio de medidas que combatam o protecionismo e a fragmentação da economia global.

União Europeia:
Os países membros da União Europeia receberam taxas de 20% sobre as exportações dos seus produtos para os Estados Unidos, além de uma tarifa de 25% sobre o aço, alumínio e automóveis. Diante dessa realidade, o bloco econômico aprovou algumas medidas de retaliação, como taxas que variam em torno de 25% sobre as importações norte-americanas, incluindo milho, trigo, roupas e frutas.

Além disso, a UE começou a negociar com os Emirados Árabes Unidos um acordo de livre comércio, com o objetivo de aproximar as relações bilaterais entre os os países e promover uma economia globalizada. Esse acordo não foi o primeiro anunciado pelo bloco em resposta às políticas protecionistas de Trump, já que foi firmado um novo acordo comercial com o México no dia 17 de janeiro, o qual visa aumentar as exportações europeias, principalmente no setor agrícola. Dessa maneira, é reforçado o esforço europeu para diversificar os seus mercados e ampliar relações comerciais e diplomáticas ao redor do globo.
E para o Brasil: crise ou chance?
Nesse cenário incerto, o Brasil consegue algumas oportunidades tanto com a Ásia quanto com a União Europeia. Assim, é previsto um cenário favorável para o aumento das exportações de sorgo, devido a um acordo assinado por Brasil e China, o esperado é um aumento das compras de soja brasileira, como ocorreu no primeiro governo Trump. Logo, com a busca da expansão de mercados na China, é esperado que outros produtos agrícolas brasileiros sigam a mesma linha do sorgo, intensificando a parceria comercial entre os dois países.

Ademais, o acordo Mercosul-União Europeia ganha uma nova oportunidade de chegar a sua concretização mais rápido. Diante disso, a aprovação por duas instâncias no Conselho de Ministros e no Parlamento Europeu deve ocorrer com um grau de urgência maior devido às incertezas do "tarifaço" dos Estados Unidos.
Dessa maneira, a abertura econômica internacional diante da ofensiva protecionista é a maior oportunidade para os exportadores brasileiros, já que existe uma expectativa de novos tratados multi e bilaterais e a concretização de parcerias que fogem do destino norte americano. A competitividade do produto brasileiro, nesse estágio, tende a aumentar com a diminuição das importações estadunidenses, com um destaque para a expansão do agronegócio e para o mercado chinês.
Como a Domani pode te ajudar?
Diante do novo “tarifaço” imposto por Donald Trump, o comércio internacional vive um momento de instabilidade e imprevisibilidade, mas também de busca por estratégias e adaptação. Para o Brasil, embora existam riscos evidentes, como o aumento nos custos de exportação para os EUA, surgem também alternativas promissoras. Nesse sentido, tanto o fortalecimento de parcerias com a Ásia quanto a aceleração do acordo Mercosul-União Europeia representam oportunidades reais para os exportadores brasileiros.
Assim, nesse cenário de incertezas e mudanças rápidas, contar com orientação especializada faz toda a diferença. A Domani Consultoria Internacional está pronta para ajudar sua empresa a entender os impactos das novas tarifas e transformar desafios em novas rotas de crescimento. Clique no botão abaixo e fale com um de nossos consultores!
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