De origem asiática, a manga está dentre as frutas mais queridas pelos brasileiros e por países afora. Dessa forma, mesmo com a redução da receita de exportações brasileiras, o mercado internacional da manga vem se expandindo e apresentando novos horizontes.
Exportações de manga brasileira
No ano de 2022, o mercado de frutas brasileiras sofreu uma redução em suas exportações comparado ao ano anterior. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), a receita das exportações caiu cerca de 9%, no entanto, as frutas tradicionais como manga, melão, limão e uva permaneceram sendo as mais vendidas para o exterior. Desde 2018, a fruta vinha batendo diferentes recordes, chegando a 12% de crescimento em 2021. No entanto, devido ao aumento dos custos dos fretes marítimos e às chuvas no Vale do São Francisco, observou-se uma queda nas exportações de manga. Mantendo-se na lista dos cinco maiores exportadores da fruta mesmo com a redução da quantidade comercializada em 15%, a manga brasileira permaneceu tendo índices maiores do que os registrados na pré-pandemia em 2022, conforme o Observatório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
Por outro lado, os números de exportação de manga brasileira em 2023 tornaram-se mais otimistas. No mês de janeiro, a Embrapa registrou comercialização de 8.549 toneladas da fruta, quase 30% a mais que no mesmo mês em 2022, o que superou o recorde alcançado em 2020 de 5.916 toneladas vendidas ao exterior. Dentre os principais compradores, destacam-se Holanda, Espanha, Portugal e Reino Unido, com o protagonismo dos holandeses de 46,7% de participação nas importações do produto brasileiro. Nessa perspectiva, a Domani traçou o panorama do mercado internacional da manga com o intuito de apresentar quais são as expectativas para a comercialização do produto em relação a demanda, concorrência e tendências.
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Mercado internacional de manga
Em 2022, a oferta de manga tornou-se escassa devido às questões climáticas por todo o globo. As chuvas intensas no Brasil, ondas de calor na África do Sul e Espanha, e baixas temperaturas durante o inverno na Itália, culminaram em uma temporada difícil para a produção e venda da fruta no comércio exterior. Esses acontecimentos culminaram no aumento do valor do produto no mercado internacional, no entanto, os países permaneceram demandando grande quantidade de manga mesmo com as dificuldades na oferta, com destaque para a Holanda e a Bélgica, que passaram a pagar mais caro pelo preço médio da fruta.
Apesar da baixa oferta no ano anterior, o consumo de manga no cenário internacional tem alcançado novos horizontes. De acordo com o Data Bridge Market Research, o mercado de manga deve crescer cerca 5% ao ano até 2029, devido à sua versatilidade na comercialização e nas variedades do produto. Segundo dados coletados pelo Centro de Comércio Internacional, o destino com maior fluxo de comercialização da fruta em escala mundial é a Europa, principalmente Holanda, Inglaterra e Alemanha, que ficam atrás somente dos Estados Unidos e da China, o que explicita a relevância desta região para a venda da fruta.
Crescimento na concorrência
A alta demanda da Europa não é perceptível somente aos brasileiros, outros países produtores de manga também estão à procura de exportar para esse destino. Países como Espanha e Israel, que não são líderes em oferta global, tornaram o mercado europeu extremamente concorrido, isso se deve ao fator da proximidade territorial que vem influenciando diretamente na comercialização da fruta, isso se deve ao interesse em reduzir os riscos e os custos logísticos dos importadores. No entanto, os produtores de manga estão sujeitos a temporadas de cultivo, o que reduz, consequentemente, sua capacidade de venda. Ao contrário dos demais países, o Brasil possui a vantagem de que as safras de manga ocorrem durante o ano inteiro, esse fator permite que a manga brasileira possa ser exportada em todas as temporadas, conforme a demanda no consumo da fruta.
Já nos Estados Unidos, as mangas latino-americanas vem conquistando cada vez mais o varejo, Peru, México, Brasil e Equador são os países que mais comercializam com o mercado estadunidense, em destaque para as mangas peruanas, que estão com expectativas de crescimento de 24% em 2023. Desde 2005, os americanos aumentaram em 115% suas importações de manga, segundo o Conselho Nacional de Manga dos Estados Unidos (NMB, em inglês).
Tendências na comercialização
O sucesso da manga no mercado internacional é um fato. Apesar disso, os consumidores estão gradativamente mais seletos em relação à qualidade da fruta e na forma em que é comercializada. Por isso, é essencial a atuação preventiva na resistência das plantações em alterações climáticas, para se obter boas safras ao longo do ano. As variedades Keitt e Kent são as mais populares no comércio exterior, isso se deve à preferência do consumo da fruta sem fibras. A coloração da fruta também influencia diretamente na quantidade importada, na qual a cor vermelha é considerada fator de atração para mais compradores.
Em relação ao consumo, a manga mais madura é apreciada pelos amantes da fruta. Disposta em pedaços cortados em uma embalagem, os consumidores buscam pela modalidade ready-to-eat, na qual mercadorias orgânicas são dispostas como produtos de conveniência. O interesse desse tipo de consumo deve-se à maior praticidade em se alimentar, nos Estados Unidos, por exemplo, a comercialização de manga congelada vem ganhando bastante espaço no mercado.
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REFERÊNCIAS
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HF BRASIL. MANGA/CEPEA: Embarques não se recuperam na parcial de 2022. Disponível em:https://www.hfbrasil.org.br/br/manga-cepea-embarques-nao-se-recuperam-na-parcial-de-2022.aspx . Acesso em: 01/03/2023.
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