Lideranças relevantes dos blocos Mercosul e Aliança do Pacífico, respectivamente, Brasil e Chile são parceiros econômicos e comerciais de longa data. Na América Latina, o Brasil é o maior parceiro do Chile e, na América do Sul, o Chile é o segundo maior parceiro do Brasil, atrás apenas da Argentina. Desde 1996, os países buscam aprimorar e ampliar o quadro regulatório de suas relações econômicas e comerciais, celebrando diferentes acordos desde então.
Principais Fluxos de Comércio
Os produtos mais exportados pelo Brasil para o Chile se caracterizam majoritariamente por manufaturados, óleo bruto de petróleo e carnes. Deste modo, de acordo com os dados do Comex Stat, plataforma do Governo Federal que disponibiliza números sobre o comércio exterior brasileira para consulta, nos últimos cinco anos, as exportações brasileiras para o Chile obtiveram maiores valores em bens como:
Óleos brutos de petróleo;
Carnes desossadas de bovino, frescas ou refrigeradas;
Tratores rodoviários para semi-reboques;
Carnes de suíno congeladas;
Automóveis com motor explosão, de cilindrada entre 1.500 cm³ e 3.000 cm³, e capacidade para até 6 passageiros;
Carrocerias para veículos automóveis com capacidade de transporte de até 10 pessoas, ou para carga.
Por outro lado, os produtos chilenos mais importados pelos brasileiros no mesmo período são:
Cátodos e seus elementos de cobre refinado em formas brutas;
Sulfetos de minérios de cobre e seus concentrados;
Salmão-do-atlântico e salmão-do-danúbio, fresco ou refrigerado;
Metanol (álcool metílico);
Molibdenita ustulada (minérios de molibdênio);
Vinhos (mostos de uvas cuja fermentação tenha sido impedida ou interrompida por adição de álcool, em recipientes de capacidade não superior a 2 litros).
Além disso, de maneira geral, as trocas comerciais entre Brasil e Chile se mostraram estáveis na última década (2011-2020). O valor total das exportações brasileiras variaram entre US$3.8 bilhões (em 2020) e US$6.3 bilhões (em 2018) no período. Enquanto isso, as importações se encontram entre US$2.8 bilhões (em 2020 e 2016) e US$4.5 bilhões (em 2011).
Acordo de Livre Comércio
No início do mês de março, a Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para um acordo de livre comércio entre o Brasil e o Chile. Tal acordo, que já obteve seu texto aprovado pelo Parlamento chileno, agora poderá ser votado diretamente pelo Plenário brasileiro.
A parceria entre os países deve atingir positivamente o comércio eletrônico e telecomunicações entre Brasil e Chile e também facilitar a entrada de pessoas. Além disso, o acordo também considera o protocolo de compras públicas, instituições financeiras e facilitação de investimentos.
O acordo foi negociado e assinado em 2018 pelo então presidente brasileiro Michel Temer e pelo presidente chileno Sebastián Piñera, atualizando o Acordo de Complementação Econômica de 1996. Assim, espera-se pela conclusão das votações do Plenário e aprovação para entrar em vigor.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), durante o lançamento do Conselho Empresarial Brasil-Chile (Cebrachile), no segundo semestre de 2020, os empresários de ambos os países consideraram colocar em vigor o acordo de livre comércio como umas das prioridades do Cebrachile. Demonstrando a importância do acordo e a abertura comercial gerada por ele para o impulsionamento do comércio e dos investimentos entre os dois países.
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