Sabemos que o leite e seus mais diversos derivados - como iogurte, manteiga e queijos - são primordiais na dieta alimentar e constituem diariamente nossas refeições, devido à versatilidade em receitas e pratos culinários e ao agradável sabor que carregam. Além disso, são extremamente ricos em nutrientes, com alta concentração de vitaminas e minerais, como o cálcio. Em virtude dos inúmeros benefícios trazidos, os lácteos possuem, em âmbito nacional e global, altas demandas no mercado alimentício.
Segundo dados da FAO, o Brasil dobrou a produção de leite nos últimos dez anos, estando entre os cinco maiores produtores do mundo desse setor. Em 2018, foram produzidos quase 34 bilhões de litros, cerca de 7% da produção mundial.
Apesar de o país se destacar na produção, a exportação brasileira de leite ainda possui muitos mercados para atingir. Isso ocorre pelo fato de que, durante muitos anos, a competitividade produtiva brasileira foi afetada principalmente pela falta de políticas públicas que fomentem a exportação,o que resultou na priorização do mercado interno por parte dos produtores.
O Brasil, no entanto, possui potencial para aumentar sua atuação no comércio exterior de lácteos e tem tomado medidas para que isso de fato torne-se realidade. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por exemplo, vem lançando nos últimos anos Instruções Normativas (IN’s) a respeito da qualidade do leite e intensificou as fiscalizações a partir de novembro do ano passado (2019), exigindo cada vez mais um produto de excelência, o que atrai compradores internacionais.
Em janeiro, já foi registrada uma alta significativa nas exportações de leite em pó frente aos últimos anos. Segundo dados da Secex, o volume total exportado no primeiro mês de 2020 atingiu 1,02 mil toneladas, sendo que, em dezembro de 2019, a quantidade desse mesmo derivado não ultrapassou 11 toneladas. O volume de creme de leite exportado em janeiro também superou a média registrada em 2019, com aumento de 55% frente ao mês anterior, totalizando 766 toneladas.
Assim, as saídas brasileiras de lácteos se elevaram em 46% de dezembro de 2019 a janeiro de 2020, somando 2,9 mil toneladas. Os dados e números crescentes refletem a mudança de postura na produção de leite e derivados no país, a fim de se destacar nas exportações mundiais.
(Re)abertura de Novos Mercados
Objetivando consolidar as exportações de lácteos, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), durante o último ano, vem adotando uma série de medidas para recuperar a relevância do Brasil no cenário internacional de leite e laticínios, o que resultou na possibilidade de retomada de monopólio de vendas para grandes importadores de lácteos na Ásia e no nordeste africano, sendo eles:
Arábia Saudita
Em 2016, aproximadamente 12% dos produtos lácteos exportados pelo Brasil foram destinados à Arábia Saudita. Em 2017, esse índice caiu para cerca de 11% e nos últimos dois anos (2018 e 2019) as porcentagens chegaram a menos de 1%. Para tentar reverter essa situação e recuperar relevância no cenário internacional de leite e lácteos, representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em uma visita diplomática ao Oriente Médio realizada em Abril deste ano (2020), passaram a negociar um acordo para exportação de lácteos em conjunto com autoridades do país.
Apesar da previsão de que a retomada dos embarques seja um processo demorado por exigir um acordo acerca das diversas análises regulamentares por produto, a Arábia Saudita é um mercado promissor que pode agregar muito ao setor produtivo de lácteos brasileiro futuramente.
China
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a China é o maior importador mundial de lácteos, e em julho de 2019, habilitou 24 estabelecimentos para exportação de produtos lácteos como leite em pó, queijos, manteiga e leite condensado. A certificação estava sendo analisada juntamente com o governo chinês desde 2007, mas apenas no ano passado (2019) aconteceu a habilitação de unidades brasileiras a efetivamente realizar a exportação.
De acordo com a ministra do MAPA, os chineses tendem a preferir lácteos importados, sendo a abertura de mercado uma oportunidade de recuperação da indústria de laticínios do Brasil. Com a abertura do mercado chinês, a Viva Lácteos – Associação Brasileira de Laticínios apresentou a possibilidade de cerca de US$ 4,5 milhões em produtos serem exportados para a China.
Egito
O Egito, assim como a Arábia Saudita, é um antigo importador de laticínios do Brasil, porém, desde 2015 as exportações brasileiras de leite e derivados estavam suspensas no país. Com sua aprovação pendente desde 2016, o Egito finalmente aprovou o Certificado Sanitário Internacional, pré-requisito para exportações brasileiras de leite e lácteos. A reabertura do mercado egípcio é mais uma boa notícia para o crescimento do mercado brasileiro de lácteos, trazendo a possibilidade de movimentar cerca de U$8 bilhões em 10 anos pela venda de produtos como leite em pó, queijos e manteigas, produtos com grande produção no território nacional.
Tailândia
No mês de maio deste ano (2020), a ministra do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou que o Brasil fechou acordo para exportar lácteos à Tailândia. A Tailândia foi 60º mercado aberto para produtos agropecuários brasileiros desde janeiro de 2019, e a abertura do mercado tailandês representa mais uma possibilidade de reestruturação do mercado internacional de leite e lacticínios do Brasil, além de trazer a possibilidade de melhorar a situação dos produtores brasileiros de lácteos que forem afetados pela pandemia.
Expectativas para o Futuro
Como visto, as exportações brasileiras de Leite e Laticínios possuem muitas oportunidades de crescimento. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, em 2019 houve um aumento de 10,4% da exportação em relação ao mesmo período no ano anterior, crescimento que tende a continuar em 2020. Assim como mostram dados do Instituto de Economia Agrícola de São Paulo, a expectativa de crescimento das exportações de leite no Brasil estão ligadas ao aumento da produção, à implementação de Instruções Normativas que incentivam a qualidade do leite nacional e a mudanças na dinâmica do mercado mundial. O principal fator que leva os estudiosos a acreditarem que o cenário internacional favorece o Brasil em 2020 é a seca na Oceania, onde se situa a Nova Zelândia, um dos maiores exportadores de leite do mundo. Com isso, o Brasil, que já é um dos maiores produtores mundiais do produto, terá a possibilidade de um maior protagonismo para atuar nas exportações.
Somado à estes fatores, diversos estudos apontam que a produção de leite está em descompasso com o consumo no Brasil, de forma que o escoamento de excedentes para o exterior representa uma boa solução para os produtores brasileiros que estejam produzindo acima da demanda nacional. Assim, há uma expectativa de liberalização do comércio internacional, aliada com o aumento de preços dos lácteos no mercado internacional e um enfraquecimento da concorrência.
Com isso, observa-se que o futuro das exportações de leite e lácteos no Brasil é promissor, já que há um crescente desenvolvimento do setor, com o aumento das exportações, a abertura comercial do Brasil com fortes parceiros para a exportação e uma certa valorização nos preços. A exportação de leite e lácteos envolve desafios, mas seu futuro animador, junto com um bom serviço de consultoria, irá fazer o investimento valer a pena.
Como a Domani pode te ajudar?
Como apresentado, o mercado brasileiro de Leite e Lacticínios possui muitas oportunidades de crescimento. Além disso, as autoridades brasileiras estão adotando uma série de medidas para reaquecer esse mercado e estimular os produtores de leite e lácteos a buscarem internacionalizar seu produto, processo que estima trazer receitas tanto para o país quanto para o produtor.
Nós, da Domani Consultoria Internacional, acreditamos no potencial do Brasil, que já é um dos maiores produtores mundiais de leite e lácteos, de se tornar referência nas exportações, e podemos auxiliar você, produtor ou investidor, a internacionalizar seu produto e contribuir para essa conquista. A Domani mostrará o caminho para todas as etapas do processo de exportação de leite e lácteos, por meio de análises dos melhores destinos para o setor, prospecção de possíveis compradores e planejamentos completos de consultoria que se adequem às necessidades do exportador. Nosso objetivo é ser o farol da internacionalização de empresas e queremos guiá-lo nesse trajeto. Quer saber mais? Entre em contato e peça sua proposta!
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